sábado, 21 de fevereiro de 2009

Balbi é destaque na imprensa internacional

Balbi é destaque na imprensa internacional

O piloto brasileiro Jorge Balbi está de volta ao Brasil. Foi com grande surpresa que ele se viu hoje como destaque de capa no site RacerX, onde dá uma longa entrevista ao jornalista Jim Kimball, um dos mais respeitados do meio.
 
Na entrevista, Balbi conta um pouco sobre sua experiência no AMA Supercross e compara com a temporada passada. Ele ainda está analisando o futuro e não sabe se volta para os EUA para a temporada outdoor ou se fica no Brasil. Confira a tradução da entrevista na íntegra (link original www.Racerxill.com) :
 
O ano passado foi especial para o brasileiro Antonio Jorge Balbi Júnior. Ele começou a temporada com o quinto lugar no Supercross de Daytona, seu melhor resultado na carreira e, logo depois, foi quinto novamente em Unadilla, liderou a equipe brasileira no MXoN e, de quebra, faturou mais um título do Supercross em sua terra natal. De volta aos EUA em 2009, o piloto de 26 anos de idade achou sua ex-equipe, a MotoXXX, de portas fechadas, fazendo com que ele voltasse a ser um piloto privado, como foi há alguns anos. Este ano tem sido um pouco complicado até agora, mas o esperançoso Balbi continua batalhando.
 
RacerX: Jorge, a última vez que a gente conversou, você estava na Inglaterra para o Motocross das Nações, onde o Brasil voltou a fazer parte da final A. Vamos ouvir um pouco sobre o que você tem feito desde então.
 
Balbi: Bom, de lá pra cá eu fiz muitas coisas. Eu sei que muitas pessoas aqui tiraram umas férias mas, depois da Inglaterra, eu voltei ao Brasil e comecei a participar do Supercross Brasileiro. Isso incluiu um total de seis corridas e eu corri praticamente fim de semana sim, fim de semana não. Deu tudo muito certo e eu ganhei cinco das seis provas que corri no Brasil. Conquistei mais um título e vou voltar a andar utilizando o número um no Supercross, o que é bem legal. Depois que eu voltei pra cá, infelizmente nada realmente aconteceu. O tempo todo que eu estava no Brasil, estava ligando pra cá e trabalhando nos bastidores, mas nunca conseguia uma equipe. Então eu decidi tentar por minha conta e risco. Eu tive um grande apoio da Wonder Warthog e dos meus patrocinadores brasileiros, mas quase tudo está saindo do meu bolso.
 
RacerX: Morando em Michigan, eu vi grandes impactos na economia, mas ela realmente está afetando a todos
 
Balbi: Sim, a crise teve um grande impacto na indústria do motocross. Apesar que depois que eu cheguei aqui e vi Anaheim, eu pensei que estaria pior – muitos times ainda estavam ali. Eu não sei o porquê que eu não consegui uma equipe. Quero dizer, fiz um bom trabalho, sou o número 37 e não vou desistir. Eu estou trabalhando para melhorar. Eu sei que eu tive algumas corridas ruins. Eu tive um mal início. Eu estava meio sem timing. Minha resistência estava boa por correr no Brasil, mas estava meio sem timing por causa das pistas, lá elas são mais longas e fáceis. Eu só tive uma semana para me preparar para o supercross. Construí minha moto e fiz muita coisa sozinho e com grande suporte do meu mecânico Max, além do amigo que mora comigo, o Ian. As coisas estão difíceis agora, mas eu sei bem onde estou e o quanto posso evoluir.
 
RacerX: Ano passado você também era privado, mas provavelmente no melhor time privado, o Moto XXX. Como é estar agora no Wonder Warthog?
 
Balbi: Moto XXX era ótimo, especialmente o Allan Brown (o chefe de equipe) que me ajudou muito e que ainda me ajuda muito este ano. Ele é quem faz meu motor e me ajuda o máximo que ele pode. Mesmo ele não tem muito o que fazer agora com o fim da equipe. Foi bom estar com eles. Eu não tinha que me preocupar com nada, minha noto estava sempre pronta e eu tinha um ótimo equipamento. Eu só tinha que ir correr e conseguir resultados. Às vezes, as pessoas não entendem quanto trabalho o motocross e o supercross envolvem. Você tem que que fazer muitas coisas antes de chegar lá e correr. Quando eu cheguei no MotoXXX, eu podia dizer a grande diferença em relação ao outro ano, quando eu fazia tudo. A Wonder Warthog é ótima, mas eles estão ajudando muita gente, e eles tem limitações. Coisas como motos, peças e ajustes tem que vir de mim. Eu tenho que pagar minha ida para as provas e pagar a moto e tudo mais. Eu estou te dizendo, é difícil. Não é fácil quando você tem que passar por tudo isso. Com certeza, eu tenho muitas pessoas me ajudando, mas quando você tem que fazer tudo isso, e ainda treinar e correr, não é tão simples.
 
RacerX: Como você lida com o fato de ser o melhor do Brasil e competir aqui como um total privado?
 
Balbi: Eu tenho muita motivação para chegar aqui e tentar fazer o melhor que eu posso. No Brasil, eu venço títulos. Lá, eu tenho três Brasileiros de MX e dois de SX. Eu sinto que eu não tenho muito pra onde crescer lá. Sim, eu poderia estar fazendo mais dinheiro e tendo uma vida melhor, mas não é isso que eu procuro. Eu amo o esporte, e procuro sempre melhorar. Minha primeira impressão no Supercross aqui é que era impossível, mas agora eu vejo quanto eu melhorei. Verão passado, no motocross, eu tive ótimos resultados e muitos fins de semana no top ten. Eu não ganhei muita grana, mas tive bons resultados e, pra mim, isso que importa. Eu faço isso porque eu amo. Eu desejava ter a oportunidade de estar em um time melhor para colher resultados ainda melhores. Muitos dizem "No supercross, a moto não importa muito. É o pilot o". Isso é verdade. Mas quando se fala "o piloto" ali está incluso todo um programa que faz toda a diferença. Olhe um cara como o Ryan Dungey. Ele não era tão bom no amador, apenas um bom piloto, Mas quando ele entrou em um bom programa com a Suzuki e o Roger, ele teve que trabalhar, e se tornou um dos melhores. Tudo está em volta de um bom programa e das pessoas ao seu redor. Eu sei que eu não tenho medo de trabalho. Às vezes, o que você precisa é essa sorte, essa oportunidade. Eu agora estou fazendo o melhor que posso, sem desistir.
 
RacerX: Quais são sua metas para as próximas etapas do SX?
 
Balbi: Minha meta agora é achar uma equipe – talvez para o resto do SX ou, quem sabe, para a outdoor season. Agora, meu orçamento acabou. Eu não posso continuar queimando dinheiro, até porque eu não tenho mais pra queimar! Se eu não achar um negócio rápido, eu vou ter que voltar e fazer a temporada no Brasil. Eu estou negociando com as melhores equipes do Brasil e talvez eu tenha que ficar e correr em casa. Com certeza, eu preferiria ficar aqui o ano todo. Mas se eu não conseguir um suporte melhor, não tem como. Sem equipe não vou ser capaz de conseguir os resultados que eu posso. Não é porque eu não estou preparado, mas sim porque eu não tenho o equipamento e o programa não está certo.
 
RacerX: Boa sorte, Antonio. Com isso dito, quem você quer agradecer a ajuda neste momento?
 
Balbi: Bom, tem muitas pessoas. Eu não tenho palavras pra agradecer o pessoal da Wonder Warthog. Eles fazem um trabalho sensacional não só comigo, mas com todos os privados. Além disso, Allan Brown faz meus motores e me ajuda com tudo o que pode. Claro um grande agradecimento ao meu mecânico, Max, e ao meu companheiro de casa, Ian Martel – e a todos meus patrocinadores brasileiros (ASW/FOX/MR PRO/LACQUA DI FIORI) .

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